A vez da Dilminha

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Inacreditável. A "verdadeira" Dilma Rousseff tem 86 anos! Na foto publicada na primeira página do jornal O Globo de domingo, ela aparenta ser muitíssimo mais jovem. Nem parece mãe de uma filha de 62. E, com todo o respeito, menos ainda que seja dona Dilma Jane, mãe da Dilma Vana, a Dilminha! Quem? A presidente eleita do Brasil. A "verdadeira", no início deste parágrafo, é uma afirmação da própria octogenária. Em entrevista por telefone, à jornalista Maria Lima.

Mas não foi somente a jovialidade (ressaltada pela fotogenia) da matriarca moradora no bairro São Luis, na Região da Pampulha, área ilustre de Belo Horizonte, que causou um certo reboliço aqui no Rio. Na verdade, muitas senhoras residentes em bairros nobres cariocas se reconheceram ou se projetaram na fotografada. Como assim? Ah, identificando-se com seu charme burguês.

Houve, porém, quem admitisse considerar inimaginável a mãe de uma "durona" ex-guerrilheira manter uma aparência tão bem cuidada, maquiada e desenvolta como a da "simpática" dona Dilma Jane. Sobretudo senhoras impressionáveis por discursos ideológicos eleitoreiros; amedrontadas...

Não à toa. Desconheciam que a presidente eleita veio de família classe média alta. É uma mulher culta que recebeu, na sua época de menina, o melhor em matéria de educação. Além de ter adquirido gosto pela música e pela leitura em casa, com seu pai búlgaro Pedro Rousseff. Ele morreu em 1962.

Segundo dona Dilma Jane, a filha herdou o temperamento paterno. Na reportagem de Amanda Almeida, no Estado de Minas de terça-feira passada, ela conta que o marido era enérgico, discutia política, gostava de literatura e teatro. Entretanto, disse acreditar que a vocação de Dilminha é trabalhar pelos pobres. Até enfatiza: "Eu falo com ela que não dá para mudar o mundo. Mas o que posso fazer se é o ideal dela?"

Teria partido daí a escolha de Lula? A estratégia de transformar sua sucessora em "Mãe do povo"? Não importa muito agora. Embora cause estranheza não ter sido evidenciado o lado bem-educado da então candidata. Por quê? Temor de afastá-la das bases? Às massas só interessaria desenvolvimentismo; percebido como emprego, crédito e consumo?

Será que as elites, políticas, sindicais, quaisquer elites, teriam perdido a perspectiva dos outros anseios populares? O brasileiro gosta de cultura: música, teatro, cinema, dança, samba, ópera, museu, pintura, desenho, escultura, poesia, cordel... Adora criar, manifestar ritmo, sentimento. Sonha em integrar uma orquestra ou uma companhia de balé; ou tentar uma carreira-solo. Escrever e publicar um livro. Talvez postá-lo em capítulos na internet. Dirigir um filme...

Em geral, falta-lhe acesso a boas oportunidades. E educação apta à realidade na qual vivemos. Sim, já sabemos. Mas há coisas que merecem ser repetidas sempre que há espaço. Por exemplo, é preciso também despertar e incentivar a curiosidade das crianças e dos jovens para a ciência e a tecnologia. Portanto, se dona Dilma Jane estiver certa e a vocação da filha Dilminha for trabalhar pelos pobres, que a educação e a cultura estejam de fato entre as prioridades na sua agenda presidencial.

Será que desta vez todos terão chance de se incluir nas chamadas classes médias, de acordo com seus próprios desejos? Ou seja, com liberdade de escolhas e de se expressar?

By: Ateneia Feijó


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1 comentários: on "A vez da Dilminha"

Nanael Soubaim disse...

Com todo respeito, a mãe era mais bonita do que a filha era com a mesma idade. Quanto ao questionamento, experimentem não se unirem e trabalharem pelo bem comum, para verem.

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