Livro explica a obesidade e suas principais formas de tratamento
Confira a introdução do:
"Folha Explica a Obesidade":
A obesidade é um estado físico em que a pessoa tem peso acima do que se espera para sua constituição musculoesquelética e seu sexo. Além do peso maior, os indivíduos obesos apresentam quantidade de gordura superior à considerada normal.
Como saber se ocorre maior acúmulo de gordura? E como saber se há obesidade?
No fim da década de 1970, companhias de seguro internacionais (em especial americanas) utilizavam tabelas que relacionavam peso com altura e determinavam se o cliente era obeso. Em caso afirmativo, eles tinham de pagar prêmios maiores, pois enfrentavam maior risco de doenças graves e morte. Essas tabelas simples apresentam grandes falhas, já que pessoas com a mesma altura podem ter constituições diferentes. Por exemplo, um atleta talvez tenha peso igual ao de um obeso, mas à custa de massa muscular, e não de gordura acumulada.
Também adaptado de estudos de seguradoras, o referencial mais aceito hoje pela comunidade científica é o cálculo do índice de massa corpórea (IMC). Ele corresponde ao peso da pessoa, em quilos, dividido por sua altura, em metros, elevada ao quadrado:
IMC = peso (em kg) / altura 2 (em metros)
Quando o resultado dessa divisão fica entre 19 e 25, diz-se que o indivíduo é normal. Entre 26 e 30, diz-se que há sobrepeso e, acima de 30, obesidade. É internacionalmente aceito que pessoas com IMC maior que 39 são obesas graves, ou obesas mórbidas 1.
Já em 1985, uma reunião do NIH (National Institute of Health, órgão nos EUA equivalente ao Ministério da Saúde ) concluiu, com base nesses dados epidemiológicos, que a obesidade é uma doença que influi adversamente na incidência de doenças graves, reduzindo a qualidade de vida e a própria longevidade. Isso porque um IMC acima de 30 aumenta a probabilidade de ocorrerem distúrbios como o diabetes, a hipertensão, os acidentes vasculares cerebrais, o infarto e outras doenças sistêmicas.
Assim, se alguém atingiu um IMC de 30, cuidado! Problemas sérios estão à vista, requerendo mudanças de estilo de vida. O assunto é sério.
Desde 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade uma doença, com dimensões assustadoras, sendo tão preocupante quanto a desnutrição. Nos EUA, cerca de 65% dos adultos têm excesso de peso; no Brasil, cerca de 40%. É mais aterrorizante ainda saber que, segundo o relatório de 1997 da OMS, aproximadamente 24% dos adultos do mundo têm IMC maior que 30 e que os índices de "gordura" populacional vêm aumentando em ritmo acelerado.
A importância da obesidade é tal que, em 2001, publicou-se que a mortalidade secundária ao excesso de peso é a segunda causa de morte evitável nos EUA, perdendo apenas para os óbitos por traumatismo (resultante de acidentes de trânsito, por exemplo) 2. No ano de 2004, a Organização Mundial de Saúde define a obesidade como "doença do milênio". Ela já é tida como primeira causa de morte evitável no mundo.
Esse assunto vem preocupando o médico brasileiro. Desenvolvem-se pesquisas para a real mensuração da quantidade de obesos no país, e vários especialistas estão se envolvendo cada vez mais. Adiante, conheceremos as causas e os tratamentos da obesidade. Entre estes, está a cirurgia, e veremos como ela pode ajudar a controlar essa verdadeira epidemia mundial.
Apesar do crescente número de obesos e do também crescente interesse médico e popular pelo assunto, a doença é uma das mais difíceis de tratar e uma das menos compreendidas em termos científicos. Lamentavelmente, a sociedade e a comunidade médica em geral não têm real entendimento dos problemas que o obeso padece no cotidiano e dos riscos que ele corre, e menos ainda de como optar pelo tratamento mais adequado. Inevitavelmente, o obeso sempre carrega a culpa. Aspectos sociais, psicológicos e comportamentais recebem tanta importância que as causas e o tratamento têm sido deixados de lado.
Hoje, na era da informação, é crucial aprender a abordar o assunto e expor aos obesos os caminhos possíveis. O primeiro é aceitar a obesidade e suas complicações, convivendo conscientemente com o problema e suas conseqüências. O segundo é atacá-la com todas as armas disponíveis no arsenal médico. Então, após a opção consciente do tratamento, haverá um aumento claro da sobrevida, com a modificação do estilo de vida, dos hábitos alimentares, da atividade física e do relacionamento com o mundo. A obesidade não é apenas problema de personalidade --mas é fundamental ter personalidade suficiente para fugir da armadilha imposta por ela.
1 - Podem-se também empregar outros recursos, mais sofisticados, para definir a obesidade, como, por exemplo, a densiometria corpórea (mensuração por radioisótopos da quantidade de gordura do corpo) e a bioimpedância (medida da resistência dos tecidos à passagem de energia). Contudo, esses métodos, por sua complexidade e custo, não são muito utilizados.
2 - Morbidity and Mortality Weekly Report, June 14, 2001 (US Public Health Service).
Autor: Ricardo Cohen e Maria Rosária Cunha
Editora: Publifolha
Páginas: 96
Quanto: R$ 16,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo televendas 0800-140090 ou pelo site da Publifolha.
By: .:Folha On Line:.
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