José Saramago

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José Saramago morreu nesta sexta-feira (18), aos 87 anos. A morte ocorreu em sua casa na localidade de Tíaz, em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, que pertencem à Espanha, por volta das 13h no horário local (8h de Brasília).

O escritor estava acompanhado da mulher e tradutora, Pilar del Río. Saramago havia passado uma noite tranquila. Após ter tomado o café da manhã de costume e conversado com a mulher, começou a se sentir mal e, pouco depois, morreu.

O editor de Saramago, Zeferino Coelho, disse ao jornal Público que o escritor estava doente, mas em estado estável.

- Mas a situação agravou-se.

Em seu site na internet, a Fundação José Saramago informou que o escritor morreu em "consequência de uma múltipla falha" de órgãos, "após uma prolongada doença".

"O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de forma serena e tranquila", informou a entidade.

José Saramago estava lutando contra uma leucemia crônica. A informação foi dada pela família do escritor em entrevista à agência espanhola "EFE".

Saramago foi o único escritor de língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel, em 1998.

“Unindo o jornalismo a esses outros três fatores (pobreza, poesia e romance) se entenderá a fusão entre preocupação social e exigência estética que marcou a obra do único Prêmio Nobel da língua portuguesa até hoje”, disse o El País.

Saramago esteve no Brasil em 1992 para abrir o congresso internacional com o tema América 92: Raízes e Trajetórias, promovido pela USP. Na mesma visita, deu uma entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura.

O escritor retornou ao país em novembro de 2008 para divulgar o lançamento mundial do livro A viagem do Elefante, na Academia Brasileira de Letras, e inaugurar a exposição A Consistência dos Sonhos, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Em julho de 2009, foi nomeado sócio-correspondente da Academia Brasileira de Letras, mas não esteve no Brasil.

Um de seus livros, Ensaio sobre a Cegueira, foi adaptado ao cinema pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles, em 2008. O filme foi exibido no Festival de Cannes.

Saramago era um autor muito produtivo. Além de romances, publicou diários, contos, peças, crônicas e poemas. Ainda em 2009, lançou mais um livro, Caim, que traz uma versão particular sobre esse personagem bíblico.

Em 1991, em Evangelho Segundo Jesus Cristo, usou de um método semelhante. A "reescrita" do ateu convicto de esquerda não agradou aos religiosos e provocou grande polêmica em uma nação fortemente católica, como a sua Portugal.

No ano seguinte, o livro foi indicado a um prêmio, mas o governo português vetou a candidatura. Insatisfeito, Saramago partiu para um "exílio voluntário" na espanhola Lanzarote, nas Ilhas Canárias, onde vivia desde 1993.

O escritor deixa a mulher, María del Pilar del Río Sánchez, e uma filha, Violante.

 

Último post de Saramago em seu Blog Outros Cadernos de Saramago:

 

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Pensar, pensar

Junho 18, 2010

Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma.

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1 comentários: on "José Saramago"

Nanael Soubaim disse...

Concordo que era um gênio, mas não gostava do trabalho dele.

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