Estágios e profissões na era pós-industrial

Domenico de Masi, sociólogo italiano, autor da obra “O ócio criativo” em recente palestra no SEBRAE-MG em Belo Horizonte, alertou os participantes para uma série de tendências sobre os mais diversos campos de atuação. Entre eles, a relação entre o trabalho, a inovação, a criatividade e a inteligência.

Domenico de Masi afirma que hoje, os chamados “países ricos” produzem somente idéias. A parte pesada ou fabril, normalmente poluente e que agrega menos valor é terceirizada para países do chamado 2º e 3º mundo. Segundo Domenico este fator representa um bloqueio à civilização e ao desenvolvimento destes países.

Outra interessante analogia feita pelo sociólogo, entre as eras industrial e pós-industrial, é que a era industrial foi caracterizada pela racionalidade. E tudo que é racional é positivo Tudo que é positivo é masculino. Tudo que é masculino se refere à produção. Tudo que se refere à produção ou trabalho é feito na fábrica. Por sua vez, tudo que é emotivo é negativo. Tudo que é negativo é ligado ao feminino. Tudo que é feminino é ligado à reprodução. A reprodução é feita em casa.

Este era o pensamento predominante na era industrial. Este paradigma industrial ainda perdura nas organizações. Contrariando a visão de Domenico que atribui o presente e futuro às mulheres e aos jovens.

Em nossa avaliação, por que isto ocorre?

Olhando para nossa realidade, centro oeste de Minas, o que vemos são organizações ainda muito apegadas aos padrões da era industrial e até agrícola. Nossas empresas parecem que relutam em entrar na era digital ou pós-industrial. Consequentemente as relações de trabalho, estágios, etc. ficam vinculadas a estes modelos já ultrapassados, gerando um círculo vicioso na relação capital – trabalho.

A pergunta que se faz é: até quando este modelo antigo se sustentará? O que acontecerá com a região caso a nova ordem mundial, a pós-industrial, rapidamente se apresentar como um imperativo na disputada economia global?

Uma coisa é certa, caro leitor do Caderno Estágios e Profissões, mantenha-se informado, recicle-se, faça cursos, especialize-se e não espere que a nova era pós-industrial avance a ponto de lhe surpreender. Pois então, pode estar certo, você terá ficado para trás e as chances de recuperar o tempo perdido serão remotas.

Estágios e profissões estarão cada vez mais ligados à inteligência e criatividade. A expressão “full time” e “full place” parece caracterizar a nova ordem de postura ao trabalho nesta era pós-industrial. Estar atento em tempo integral e trabalhar em qualquer lugar, conectado a rede mundial, parece ser algo cada vez mais evidente.

Por vezes pessoas como Domenico de Masi passam desapercebidos entre nós, sem que se estabeleça uma relação direta do que ele fala com a própria realidade e o próprio cotidiano. Isto é um erro; ignorar um “velhinho de cabeça branca e de fala engraçada” pode custar muito, especialmente neste caso, por se tratar de uma autoridade com uma visão muito clara de futuro.

Maurício Lessa dos Reis é consultor do IEL/FIEM e escreve toda semana neste caderno.

Contato: (37) 3690-4432

Twitter: @estagiolegal

 

By: Divicity


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1 comentários: on "Estágios e profissões na era pós-industrial"

Nanael Soubaim disse...

Ou seja, o que qualquer ser raciocinante já percebeu há anos: o empresário brasileiro continua com a cabeça no lombo do burro.

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