"Deus é homofóbico?"

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Recente pesquisa do Ibope revelou que mais da metade dos entrevistados se manifestaram contrários ao direito de homossexuais constituírem uma família.

Não foi revelada – e por certo não foi perguntada – a orientação sexual dos pesquisados. Mas caberia. Aliás, a pesquisa, para ter maior legitimidade, deveria ser feita somente entre a população LGBT.

Afinal, é a ela que diz respeito!

Qual a justificativa para perguntar a alguém qual o direito do outro? Quem poderia falar, com mais propriedade, sobre o desejo de casar, de ser professor, médico ou policial?

Um dado consolador é que os jovens, as pessoas com melhor nível de escolaridade e maior poder aquisitivo se mostraram mais tolerantes. Pelo jeito este é o caminho. Educação. Só ela permite melhor renda e mais condições sociais.

Talvez o resultado mais surpreendente seja o quesito que identifica  a religião dos pesquisados. Os mais intransigentes são os que se dizem evangélicos ou protestantes, seguidos pelos católicos e os adeptos de outras crenças e credos.

De qualquer modo, das religiões que existem, não deve haver nenhuma que não pregue o amor ao próximo. As mais próximas, por terem sido trazidas com a colonização, acreditam em um Deus que veio à Terra encarnado na pessoa do próprio filho. Jesus Cristo desde menino exercitou a tolerância. Em nenhuma de suas pregações incitou o ódio ao semelhante ou negou a alguém o direito de subir ao reino do céu. Basta lembrar que impediu que Madalena fosse apedrejada, multiplicou pães para dar de comer a quem tinha fome e morreu na cruz para salvar toda a humanidade.

Assim, cabe questionar qual a justificativa de evangélicos, protestantes e católicos se posicionarem de modo tão assustadoramente preconceituoso contra quem tem orientação sexual diversa da maioria, mas não significa alguma ameaça e nem causa mal a ninguém.

Afinal, o que querem lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis são os direitos mais elementares: direito à cidadania, à inclusão social.  Direito de terem sua integridade física resguardada. Para isso é indispensável a garantia de acesso ao trabalho, para exercerem a profissão que lhes aprouver. Também precisam que lhes seja assegurado o direito de constituírem família, terem filhos. Enfim, eles, como todos as pessoas querem somente o direito de ser felizes.

Mas o que se vê nos meios de comunicação, em face do chocante número de concessões a segmentos religiosos, é  a instigação sistemática e reiterada ao preconceito e à discriminação. As caminhadas e marchas que proliferam, ao invés de pregarem o amor ao Deus que professam, nada mais fazem do que incitar o ódio a um determinado segmento da população.

A tudo isso a sociedade se mantém indiferente. Como o legislador se omite, vem o Judiciário fazendo justiça e o Executivo criando alguns mecanismos protetivos.

Ainda assim, não há justificativa para tamanha rejeição. Não se atina a origem de tanta perseguição. Ao certo não pode ser a suposta incapacidade de procriar. Este óbice, aliás, nem mais existe, quer com o advento de modernas técnicas de reprodução assistida, quer pela disposição dos casais homoafetivos de adotarem crianças cujos pais não souberem amar ao ponto de protegê-las.

Deste modo, cabe perguntar: Quem disse aos pregadores, padres e pastores que é pecado amar o seu igual? Quem lhes outorgou a missão de banir a diversidade sexual da face da Terra?

Será que Deus é homofóbico?

By: Por Maria Berenice Dias, advogada (OAB-RS nº 74.024) berenice@mbdias.com.br

 

Não. Não creio que se Ele existe seja homofóbico. Afinal, nunca ou vi falar que um deus fosse ignorante. A ideia não é essa, é?

Acontece que quando nos informarmos melhor, estudarmos a natureza, descobriremos que a homossexualidade existe desde que o mundo é mundo e em várias espécies. Existem algumas espécies no reino animal, nas quais  os machos têm relações homossexuais com outros machos e nem por isso deixam de procriar. 

Está mais do que claro, pelo menos para mim, que os poucos estudos antigos sobre o assunto, de um jeito ou outro, foram manipulados, destruídos, censurados pela igreja e aqui me refiro, sim, a igreja católica que até hoje acha que manda no mundo. Ajudar que é bom, neca! No entanto, talvez graças aos não tão ignorantes, novos estudos estão e irão ainda desvendar essa modalidade sexual.

A igreja católica (e não só ela) deveria se ocupar da fome na África, por exemplo (vejam aqui >>>). Deus não dá conta e nem a Oprah.

macacos

Algumas das espécies adeptas a relacionamentos entre indivíduos do mesmo sexo estudas por especialistas:

Peixes Mexerica:

Tal peixe, facilmente encontrado em aquários, é bissexual porque não sabe diferenciar bem machos e fêmeas. Os dois sexos são muito parecidos e, entre os biólogos interessados no assunto, a espécie ficou famosa por tal semelhança – entre os peixe-mexerica, portanto, ninguém é de ninguém.

Cisne-negro

Cerca de 25% dos machos do cisne-negro escolhem outros machos para serem seus parceiros. Mas, como assim não conseguem se reproduzir, os machos têm relações com fêmeas que, assim que botam os ovos, são mandadas embora. Em outros casos, os animais adotam os ovos de outros casais. Nessa espécie, filhos de casais gays têm mais chance de sobreviver, pois casais de dois machos protegem melhor o seu território.

Golfinhos

A grande maioria dos golfinhos é bissexual e alguns passam por longos períodos de exclusividade homossexual. O tal nariz de garrafa da espécie é utilizado para estimular a área genital dos colegas.

Bisões americanos

Bisões montam nos seus pares para reforçar a hierarquia: nesta espécie, sexo anal está altamente relacionado à dominação. Além disso, as fêmeas só estão disponíveis para o acasalamento uma vez ao ano, o que faz com que os machos se aproveitem uns dos outros.

Bonobos

Os “macacos hippies” levam a ideia de amor livre a sério: fazem sexo para resolver conflitos, para pedir desculpas, como forma de congratulação e, claro, só por prazer mesmo. De acordo com a Folha, os bonobos fazem tanto sexo que uma hora até cansa ficar observando seu comportamento.

Vanessa Woods, cientista que trabalhou com a espécie, conta que “Uma fêmea pulou nos meus ombros, envolveu minha cabeça nos seus braços e tentou puxá-la para o seu clitóris. Eu não deixei”.

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E mais:

• Machos de guepardo, um felino africano, adotam filhotes perdidos e órfãos e os criam. Fazem o papel de pais e mães.

• Já foram registrados casos de casais de gansas que viveram mais de quinze anos juntos. O casamento só terminou quando a morte as separou.

• Há zebras que morrem sem jamais ter copulado heterossexualmente. Optam pela conduta homossexual para sempre.

• O homossexualismo dos pinguins confundiu funcionários do Zoológico de Edimburgo, na Escócia, no começo do século. Pelas atitudes, as aves foram batizadas como Andrew, Bertha, Caroline, Eric e Dora. Depois, perceberam-se os erros: Andrew era Ann; Bertha, Bertrand; Caroline, Charles; e Eric, Érica. Só Dora tinha o nome certo.

 

O  livro Biological Exuberance – Animal Homosexuality and Natural Diversity observa 5 variedades de comportamento que ele classifica como homossexual:

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A 1ª é o cortejo. Inclui todas as formas que os animais empregam para se exibir e conquistar parceiros.

A 2ª é a afeição. Inclui beijos, esfregações e carinhos de toda ordem. O biólogo foi rigoroso ao excluir formas de carinho que parecem manifestação de sexualidade, mas não são.

Em 3º vem a formação de casais. Talvez a categoria mais surpreendente de todas. Mais de 70 espécies de aves realizam casamentos duradouros de indivíduos do mesmo sexo. Essas uniões também são adotadas por 30 mamíferos.

Em 4º lugar vem a criação de filhotes. Nem sempre essa atividade envolve a dupla pai e mãe. O pássaro-cantor (Wilsonia citrina), nativo da América Central, é uma espécie na qual um macho atrai o outro por meio do canto, no início do período reprodutivo, e depois eles se juntam. Constroem, então, o ninho e cuidam dos ovos e das crias abandonados por outros indivíduos.

Em 5º lugar o contato sexual propriamente dito. Para ele, sexo é todo momento em que há estimulação dos órgãos genitais.

Existem estudos e mais estudos sobre o assunto e somente através da busca pela informação poderemos largar mão de tanto preconceito e ignorância. Na verdade lamento termos que estudar tudo isso hoje. Ser fôssemos educados com a verdade, sem manipulação do que é certo ou errado, sem mentiras convenientes a um bando que um dia acho que dominaria o mundo, não haveria necessidade disso. Ficaríamos somente com a discussão sobre os sexos dos anjos.

Bem, é isso. Não estou levantando bandeira alguma e muito menos fazendo apologia ao homossexualismo, como andam pregando os preconceituosos. É que não gosto mesmo é de ignorância. Taí, se eu tenho um preconceito, acabei de descobri-lo. Afinal, ninguém é perfeito.

 

Vamos lá, "pelamordedeus" leiam também:

Exposição sobre Animais Gays

Naturalmente Homossexual

Homossexualismo entre animais

Pinguins gays adotam filhote num zoológico alemão

Pingüins reavivam debate sobre homossexualidade animal


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1 comentários: on ""Deus é homofóbico?""

Nanael Soubaim disse...

Eis um caso ocorrido em um centro espírita daqui: Um casal de rapazes foi a uma sessão aberta ao público, na esperança de que ao menos um grupo de "religiosos" não os discriminasse. O mentor espiritual, ao incorporar no médium, não esperou para se dirigir aos dois e dizer "Filhos, sejam fiéis" e nada mais. Eles choraram, mas desta vez por felicidade.

Homophobia (como toda discriminação) é a mistura venenosa de ignorância com orgulho.

Cuidado com quem leva ao pé da letra tudo o que dizem as escrituras sagradas, pois ao reclamar que estás morto de cansaço, ele pode querer te enterrar vivo.

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