A Justiça de São Paulo proibiu na segunda-feira (9) que o canal pago A&E exiba o episódio de uma série sobre crimes passionais que trata da morte do coronel da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, ocorrida em setembro de 2006.
A decisão liminar (provisória) do juiz Antonio Carlos Figueiredo Negreiros, da 7ª Vara Cível de São Paulo, foi tomada após ação movida pela advogada Carla Cepollina, ex-namorada do coronel acusada pelo assassinato.
Caio Guatelli-11.jun.08/Folhapress
Carla Cepollina (à esq.), acusada de matar o coronel Ubiratan
A série "Até que a morte nos separe" tem estreia prevista para esta terça-feira, às 23h. Além da morte do coronel, os seis episódios vão tratar de outros casos famosos, como o do jornalista Pimenta Neves (réu confesso do assassinato da namorada Sandra Gomide) e o do goleiro Bruno Fernandes (acusado de matar a ex-amante Eliza Samúdio).
A defesa da advogada afirma que a série viola o princípio da presunção da inocência ao retratá-la, em chamadas exibidas no canal e em seu site, como sendo a autora do crime.
Na ação, os advogados Sergei Cobra Arbex e Zulaiê Cobra afirmam que uma ilustração da série mostra Cepollina apontado um revólver para Guimarães.
Em junho de 2010, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que Carla deveria ser levada a júri popular pela morte do coronel, revisando decisão da primeira instância que afirmava não haver provas suficientes para o julgamento.
A defesa da advogada recorreu da decisão ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde o processo está parado desde novembro do ano passado. Não há data para o julgamento.
MULTA
Na decisão que proibiu a exibição do episódio, o juiz Negreiros determina ainda que o canal não exiba chamadas nem imagens de Cepollina "identificando-a como autora do crime", sob pena de multa de R$ 100 mil pelo descumprimento.
Procurado, o canal não se pronunciou sobre o assunto até a noite desta terça.
A série foi produzida no Brasil pela Prodigo Filmes. Na apresentação da atração, o diretor Eduardo Rajabally afirma que "são documentários sobre crimes que a gente tratou muito mais como histórias de amor que não deram certo". O primeiro episódio da série, sobre a morte de Sandra Gomide, deve ser exibido hoje.
CRIME
Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, o coronel Ubiratan foi baleado em seu apartamento, nos Jardins, zona oeste de São Paulo.
A investigação da polícia apontou Cepollina como única responsável pelo crime. Ela foi a última pessoa a ser vista entrando no apartamento, e sua motivação seria o ciúme.
Ela foi indiciada pela polícia e denunciada pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado --por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima--, mas sempre negou o crime.
By: Folha.
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