Jeremias, o bebum mais famoso

O jornalista Felipe Zmoginski conta como começou a 'história' do Jeremias, o bebum mais famoso do país, no YouTube.

"Fiz um interurbano para Caruaru e bati um papo com Givanildo Silveira, o repórter responsável por um dos virais mais bem sucedidos da web, o Jeremias Muito Louco.

Givanildo trabalha com jornalismo policial há oito anos e, desgostoso com mau humor das matérias que exploram tragédias pessoais, resolveu apostar em temas engraçados. “Pensei que reportagens hilárias poderiam ajudar nosso programa, o Sem Meias Palavras, mas nunca imaginei que teria uma repercussão dessas”, diz Silveira.

No final de 2004, Givanildo entrevistou um jovem alcoolizado preso ao dirigir uma moto. Ao invés de repreendê-lo, o repórter deu corda ao bebum e até o convenceu a cantar o sucesso de mestre Ovelha, o clássico “Te amo, o que mais posso dizer”.

Quando caiu no YouTube, o vídeo contaminou a web e levou a fama do Sem Meias Palavras para todo país. “Esses dias fui convidado pela PUC-RS para dar uma palestra sobre vídeos online”, conta o repórter pernambucano. 

Jeremias ficou tão famoso que, no orkut, existem várias comunidades com seu nome, como “Jeremias no BBB” ou “Eu já bebi com Jeremias”. A mais popular, “Jeremias Presidente 2010”, reúne 111 mil fãs.

Após Jeremias, outros vídeos do programa como “Caninha” e “Leonardo” bombaram na web.  “Aqui em Pernambuco, tem gente que ao ser presa logo pergunta onde está o Givanildo”, diz, sobre os candidatos a famosos.

O caso Jeremias reforça a idéia de que nem sempre um vídeo popular pode ser monetizado. “A fama é muito grande. Aqui em Pernambuco, por exemplo, fizeram camiseta, funk e até DVD do Jeremias. Mas dinheiro não faturei nada. O que ganhei, aliás, foi um processo na Justiça, movido por dois advogados que foram buzinar na cabeça do Jeremias. Sabe como são essas coisas, né?”, diz.

Givanildo não parece desanimado com o processo ou a falta de dinheiro. O repórter explica que tem uma motivação social. “Os entrevistados ficam meus amigos, vêm me agradecer. Dou uns conselhos. Vários já deixaram de beber”, diz."

Por: Felipe Zmoginsli em 15/10/08