Aproveitamento de lixo eletrônico da USP

A Universidade de São Paulo (USP) inaugurou em dezembro o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (Cedir). Único projeto do gênero numa entidade pública do País, o projeto faz parte do Programa de Sustentabilidade Centro de Computação Eletrônica (CCE) criado em 2007 para reaproveitar materiais de informática como computadores, teclados, monitores e cabos, entre outros. Em junho de 2008, o programa recolheu mais de cinco toneladas de lixo eletrônico vindos apenas do CCE. O valor estimado para este material, no entanto, foi de apenas R$ 1.200,00. "Verificamos que o lixo eletrônico valia muito pouco e que alguma coisa devia estar errada", explica a professora e diretora do CCE, Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho.
No início deste ano, uma pesquisa sobre o assunto mostrou que as empresas de reciclagens trabalham com materiais especializados, como plásticos, metais e placas, entre outros. Portanto cada empresa tem processos industriais estabelecidos para tratar apenas de alguns tipos de material e acabam descartando o resto. Exemplo disso é o teclado de um computador que se for vendido a uma empresa de reciclagem de plástico, todo o restante, como placas e fios, seria descartado. Foi aí que surgiu a ideia para criar o Cedir. A meta é gerar melhor aproveitamento financeiro e tecnológico do lixo eletrônico.


Triagem do lixo
A professora Tereza explica que a entrega do lixo eletrônico pelas unidades da USP será feita num processo de agendamento. No caso das unidades do interior, os campi de Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos já estão aptos a receber lixo eletrônico, o chamado e-waste, por intermédio dos seus Centros de Informática.
Assim que o Cedir, no caso de São Paulo, ou os Centros de Informática receberem o material entregue pelas unidades, será feita uma avaliação para checar se eles operam ou não. Em caso positivo, verifica-se a funcionalidade do equipamento, ou seja, se o resíduo eletrônico não está obsoleto. "Se o computador não tem utilidade nenhuma, mesmo que ele esteja operando, é considerado lixo eletrônico", explica Tereza Cristina.
Os computadores que ainda operarem e forem funcionais serão emprestados por um período de dois anos para projetos sociais, tempo em que o material provavelmente completará o seu ciclo de vida útil.
Tudo aquilo que não puder ser aproveitado, passará por um minucioso processo de classificação. Os equipamentos serão pesados, desmontados e os componentes serão separados de acordo com o tipo de material. Após a separação tudo será descaracterizado, ou seja, CDs e discos rígidos, por exemplo, serão destruídos para que as informações não sejam aproveitadas. Feito isso o lixo eletrônico será compactado, acondicionado e enviado para as empresas de reciclagem que transformarão esses resíduos em matéria prima para a indústria.


Ações futuras e pioneirismo
Num primeiro momento o Cedir atenderá as doações de lixo eletrônico apenas da USP, mas no futuro, o projeto deverá se estender para toda a sociedade. A diretora do Centro destaca ainda que este é o primeiro projeto dessa natureza numa entidade pública no Brasil. A diretora enfatiza o lado social desse projeto, que vai desde o suporte a projetos assistenciais até a conscientização sobre a importância do destino final correto aos eletroeletrônicos. "É um projeto que atende um vínculo social, mas também possui um viés fomentador de novas indústrias", afirma.


By: Envolverde


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1 comentários: on "Aproveitamento de lixo eletrônico da USP"

Nanael Soubaim disse...

Ou seja, estavam separando o que é fácil de vender e descartando o resto sem nem investigar. Profissionalismo zero.

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