Encravado na Floresta Amazônica, Lábrea, a sete dias de barco de Manaus, é um município de pouco mais de 30 mil habitantes. O saneamento é precário, e boa parte da população ainda vive nas margens dos rios. Segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde, de 2008 a 2009, a cidade registrou 34 novos casos de hanseníase, uma moléstia que há milênios transforma seus portadores em alvo de preconceito e segregação. No Brasil, a hanseníase é mais uma das enfermidades que se somam às doenças da negligência, associadas à pobreza e à falta de tratamento adequado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta que o Brasil devia ter atingido em 2005 era de menos de um caso para cada dez mil habitantes. No entanto, dados de 2009 mostram que Lábrea não é exceção: nenhum estado brasileiro atingiu o índice da OMS. No ano passado, mais de 36 mil pessoas ficaram doentes, e a taxa de detecção ficou em 19,18% para cada cem mil habitantes. O país registrou taxa de prevalência de 2,19% para cada dez mil habitantes, índice maior que em 2008, quando o número era 2,06%.
Uma das doenças mais antigas do mundo, a hanseníase teve a cura descoberta na década de 1940. Quase setenta anos depois, o Brasil, segundo o ministério, está apenas atrás da Índia no número de casos, e em 2008 registrou 15,6% de todos os casos do mundo. Se a conta for feita levando em consideração a taxa de prevalência da enfermidade, o país ostenta um título pior: é o primeiro no ranking mundial, seguido por Timor Leste e Nepal, únicos países que também não cumpriram a meta da OMS.
2 comentários: on "Hanseníase: Brasil o pior do mundo"
E infelizmente vai demorar, porque campanhas directas ao ponto, com difusão boca-a-boca (o povo ainda confia mais no que o amigo ouviu falar) estão fora dos planos.
Ainda vão nas histórias da vovó...aff!
bjs
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Oiêee!
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