Aniversário de Maurice Ravel

Joseph-Maurice Ravel (Ciboure, 7 de março de 1875 – Paris, 28 de dezembro de 1937), foi um compositor e pianista francês, conhecido sobretudo pela sutileza, das suas melodias instrumentais e orquestrais, entre elas, o Bolero, que considerava trivial e descreveu como "uma peça para orquestra sem música".
Composta entre Julho e Outubro de 1928 no Tempo di Bolero, moderato assai ("tempo de bolero, muito moderado"), o Bolero tem um ritmo invariável (escrito parasemínima  = 72, ou seja, com a duração teórica de catorze minutos e dez segundos), e uma melodia uniforme e repetitiva. Deste modo, a única sensação de mudança é dada pelos efeitos de orquestração e dinâmica, com um crescendo progressivo e uma curta modulação em mi maior próxima ao fim, mas retorna ao dó maior original faltando apenas oito compassos do final. Originalmente, na própria cópia da partitura de Ravel, a marca do metrônomo é  = 76, mas esta está riscada e 66 está substituindo a marcação original. Ravel observa esta segunda marca na sua gravação com a Orquestra Lamoureux. Mais tarde, outras edições do Bolero sugerem o 72. Na primeira gravação de Piero Coppola, a qual Ravel estava presente, o Bolero teve uma duração similar de 15 minutos e 40 segundos. Ravel, mais tarde comentou a um jornalista do Daily Telegraph que a obra duraria 17 minutos.
Forma uma obra singular, que Ravel considerava como um simples estudo de orquestração. A sua imensa popularidade tende a secundarizar a amplitude da sua originalidade e os verdadeiros objectivos do seu autor, que passavam por um exercício de composição privilegiando a dinâmica em que se pretendia uma redefinição e reinvenção dos movimentos de dança. O próprio Ravel ficou surpreendido com a divulgação e popularidade da obra, muito devido às variações que numerosos maestros, incluindo Willem Mengelberg e Arturo Toscanini, introduziram nas suas interpretações.
A origem do Bolero provém de um pedido da dançarina Ida Rubinstein, que encomendou a Ravel a criação de um balé a caráter espanhol. Ravel pensou poder arranjar alguns extratos de Iberia, um conjunto de peças para piano de Isaac Albéniz, mas ele não pôde obter os direitos de fazer como desejava, pois Albéniz havia dado os direitos de arranjo a seu pupilo Ferdinand Enrique Arbos.
Em vez disso, Ravel compôs uma nova obra.
A estreia deu-se em Paris, na Ópera Garnier, em 22 de Novembro de 1928 sob direcção de Walther Straram, com coreografia de Bronislava Nijinska e cenários de Alexandre Benois. Uma das dançarinas foi Ida Rubinstein, e a peça causou escândalo devido à sensualidade da coreografia.
Curiosidades >>> 
O saxofone sopranino na partitura original é um saxofone em Fá; todavia, hoje há somente saxofones em Mi bemol. Não se sabe se alguma vez um saxofone sopranino em Fá terá existido, ou se Ravel pretendia uma transposição. Tanto as partes de saxofone como de saxofone sopranino são tocadas no saxofone soprano em Si bemol.
Por brincadeira a peça é por vezes chamada de "o mais longo crescendo do mundo".
O Bolero é tocado diariamente na Praia do Jacaré em João Pessoa-PB durante o pôr-do-sol, pelo músico Jurandy do Sax.
A música pode ser ouvida em certos momentos do anime Digimon e do jogo Xenogears.
Billie Joe Armstrong, da banda Green Day, tocou uma parte do Bolero, ao vivo, no início do álbum, Awesome as F**k.
Em 1961, o dançarino e coreógrafo Maurice Béjart criou sua versão para o Bolero, tornando-a uma de suas obras mais importantes. Em 1980, a coreografia de Béjart foi reproduzida pelo bailarino argentino Jorge Donn no filme Retratos da Vida (Les uns et les autres), do diretor francês Claude Lelouch.


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Vídeo com o bailarino Jorge Donn no filme Retratos da Vida


Retratos da Vida (Bolero), no original “Les Uns et les Autres” – o filme:
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Um dos filmes mais famosos do francês Claude Lelouch. Com dança, música e guerra, ele fez um grande painel que começa em 1936 e vai até os anos 80. Lelouch mostra os caminhos cruzados de quatro famílias e em quatro cantos do mundo - Moscou, Paris, Berlim e Nova York. De alguma forma, as quatro famílias têm os seus caminhos ligados à Segunda Guerra. Ao final, uma cena marcante culimina com um ballet ao som do Bolero de Ravel.  O filme conta com a atriz Geraldine Chaplin.
É um filme imperdível.



BOLERO - Wiener Philharmonic

Bolero de Ravel é a minha música predileta. Impossível não ouví-la sem se comover, sem se arrepiar.

By: Wikipedia, Interfilmes.

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1 comentários: on "Aniversário de Maurice Ravel"

Nanael Soubaim disse...

Me pergunto se o mundo de hoje tem espaço para gente como Ravel. Daqui a uns vinte anos, com todos saturados das banalizações, com certeza, mas para hoje eu acredito que não há.

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